O termo Planejamento Estratégico parece ser um assunto
desgastado em algumas organizações pelo fato do mesmo representar, em algumas
situações, um documento que deve apenas servir de apresentação aos nossos
clientes e aos entes de fiscalização, auditoria ou credenciamento. Isso é
explicado pela falta de alinhamento nos objetivos da organização e a real
situação da empresa frente aos concorrentes, resultando na baixa eficiência nos
resultados. Estas organizações acabam se perdendo em meio a dinâmica do
ambiente globalizado, cuja principal característica é a velocidade de mudanças
nas mais diversas áreas do campo do conhecimento, onde a obsolescência é a
única palavra de ordem.
Esse descompasso entre a cultura de um planejamento
estático e o ambiente altamente dinâmico no mundo global significa lentidão no
processo decisório estratégico e baixo ambiente inovativo, tendo como
conseqüência a perda da capacidade competitiva da organização. A resposta a
esse processo dinâmico do ambiente global é a implantação da cultura de
inteligência competitiva. Ela seria uma espécie de irmã do planejamento
estratégico, conferindo a dinâmica necessária para o plano não ficar estático e
engavetado.
“A Inteligência Competitiva é um programa sistemático
de coleta e análise da informação sobre atividades dos concorrentes e
tendências gerais dos negócios, visando atingir as metas da empresa”, conforme
definição de Larry Kahaner, membro da SCIP (Society of Competitive Intelligence
Professionals). Uma forma mais simples de explicar a Inteligência Competitiva é
vê-la com a ferramenta de gestão de apoio ao processo decisório organizacional,
visando a manutenção do estado competitivo da organização. Essa já é uma forte
tendência em grandes organizações que conseguiram associar a ferramenta de
Inteligência Competitiva ao Planejamento Estratégico, fazendo com que este se
torne dinâmico e adaptável a um ambiente onde a única palavra de ordem é:
mudança.
Quando é possível criar uma cultura de relacionamento
entre o Planejamento Estratégico de uma organização e a Inteligência
Competitiva, temos então um plano que se adapta e é mutável nas diversas
fotografias que tiramos a cada cenário interno e externo da organização, ou
seja, concorrentes, economia, política, social, cultura, fiscal e por aí vai.
Neste ponto, encontramos outra grande ferramenta para
a gestão integral da empresa que é a adoção de uma metodologia de gestão para
gerenciar seus programas e projetos, Isto é, todo planejamento estratégico é
composto de missão, visão, valores/ princípios organizacionais, programas,
objetivos, metas e por fim projetos. A final de contas, todo planejamento
redunda na implantação de projetos em uma organização em diversas áreas.
Projetos de inovação, ampliação da fábrica, novas aquisições, novas parcerias,
capacitações internas, novos mercados, novos segmentos, podendo chegar a
projetos mais simples, como os de melhorias internas, tais como, instalação de
novas linhas de produção, melhorias no fluxo de produção, otimização de espaços
e processos produtivos. Tudo é projeto!
Precisamos então de uma metodologia de gerenciamento
de tais projetos, que permita o alinhamento como o planejamento estratégico (e
dinâmico) da empresa, que já tem a irmã inteligência competitiva, aos projetos
desenvolvidos pela organização. Tal metodologia deve prever uma cultura de
gestão de projetos na busca de resultados eficazes, uma vez que tudo resulta em
eficiência e eficácia e o conseqüente resultado financeiro. A maior entidade
internacional que dissemina a cultura de gerenciamento de projetos e certifica
profissionais na área é o PMI (Project Management Institute).
O tripé da organização do futuro prevê a presença de
um planejamento estratégico dinâmico, fomentado e protegido por sua irmã, a
inteligência competitiva, que é capaz de monitorar o ambiente interno e
externo, fazendo os ajustes necessários ao planejamento. Como todo planejamento
acaba em projetos, tal organização deverá adotar uma metodologia de
gerenciamento de projetos que seja capaz de buscar o alinhamento dos mesmos ao
planejamento estratégico da organização, com o objetivo final do uso
inteligente de todos os recursos e seu conseqüente resultado competitivo.
Fernando dos Santos Moreira Júnior
Esp. Inteligência Competitiva
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